quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Governo promete acesso universal até fim de 2014


Segundo secretário de Recursos Hídricos, todo cearense terá água perto de casa até o fim desta gestão. Projetos em execução já garantem acesso à água para muitas comunidades, mas carência persiste em todo sertão

A casa de Maria das Dores do Nascimento, 55, não tem água encanada. Chuveiro e torneira são luxos distantes para a moradora de Santo Aleijo, localidade de Amontada, a 180 quilômetros da Capital. Para ter acesso à água boa de beber, ela e os vizinhos dependem do rio Aracatiaçu e de uma cacimba ao lado do espelho d’água.

Por isso, dia sim, dia não, a rotina da dona de casa inclui organizar os galões d’água em cima da carroça e, guiada pela jumenta Judite, seguir na estrada de terra até a margem do rio. No dia em que a equipe do O POVO acompanhou o silencioso trajeto, a filha Luzinete e o neto João eram companhia na busca por água.

São duas “viagens”. Primeiro, o rio dá a água usada para lavar roupas, aguar as plantas. Em seguida, a família retorna e, lentamente, Luzinete enche os galões com a água que brota da cacimba. É o líquido que será bebida e comida de dona Maria e dos três netos. “Se tivesse uma cisterna aqui, estaria cheia porque o inverno foi bom”, deseja, esperançosa.

A boa notícia para dona Maria e todos os moradores que ainda sofrem com falta d’água no Ceará, destaques nesta série iniciada na edição de segunda-feira, é que, até 2014, o acesso à água deve ser universalizado. A informação é do secretário dos Recursos Hídricos do Estado, César Augusto Pinheiro. “É a meta do Governo do Estado e da presidenta Dilma”, frisa.

Para isso, cita o secretário, a Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), ligada à SRH, executa diversas intervenções no Estado. Cisternas, chafarizes e poços fazem parte das obras que querem garantir água de qualidade para todos. Apenas a Sohidra, está construindo 14 adutoras, três barragens e implantando dois sistemas de abastecimento, em localidades de Brejo Santo, Sul do Estado.

“Ao longo do Eixão das Águas, dois quilômetros à direita e dois à esquerda, todas comunidades vão sendo abastecidas, seja pelo próprio canal ou outra condição, como poço, dessalinizador. Serão 98 comunidades beneficiadas”, acrescenta Pinheiro, citando o complexo estrutural que realiza transposição de águas do açude Castanhão. O equipamento pretende garantir segurança no abastecimento de água para a Região Metropolitana de Fortaleza e o Porto do Pecém.

Alternativas

Para o professor Marco Aurélio Holanda de Castro, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC), é preciso investir em diversas alternativas para garantir acesso à água no semiárido. Isso porque, ele diz, grandes obras podem levar água para as propriedades perto da construção e não beneficiar os moradores de comunidades distantes. “Não existe uma pílula mágica para resolver o problema. Você tem alternativas”, frisa.

O professor destaca que garantir água encanada em comunidades pequenas é “inviável economicamente”. Ele cita que cisternas, carros-pipa e barragens são tecnologias que devem ser utilizadas. “Porque água é questão vital”.

Como

ENTENDA A NOTÍCIA

Com objetivo de acabar com a carência d’água no Estado, o Governo executa diversos projetos. Entre eles, a construção de adutoras e cisternas e a implantação de sistemas de abastecimento gerenciados pela comunidade.

Saiba Mais

Iniciativa que deve perenizar áreas das bacias de sete rios do Estado é o Cinturão das Águas, lançado no começo do mês.

Todas as regiões do Estado serão beneficiadas com canais e adutoras. O investimento do Governo Federal é de R$ 7 bilhões.

Os 1.151 quilômetros devem ser entregues até 2014.

Fonte: O Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário