terça-feira, 22 de maio de 2012

Deputada pede mais segurança no campo

O assassinato de Zé Maria Tomé foi um caso emblemático e reafirma a luta pela reforma agrária, pelo direito a terra e pela defesa do meio ambiente, afirmou a deputada Rachel Marques (PT) durante audiência pública na Comissão de Defesa Social que debateu, na tarde desta segunda-feira (21/05), “A Violência no Campo”. Ela cobrou mais agilidade na investigação da morte do ambientalista José Maria Filho (Zé Maria Tomé), assassinado em Limoeiro do Norte, em abril de 2010.

Rachel lembrou a luta do ambientalista contra o uso indiscriminado de agrotóxicos no Vale do Jaguaribe e alertou que os conflitos por terra e a violência no campo têm aumentado.
O professor da Uece, João Rameres, fez um histórico da violência rural no Brasil e lembrou que, na Chapada do Apodi, a pulverização de agrotóxicos era feita por aviões, até sobre as casas dos agricultores. “A morte de Zé Maria Tomé não foi só um crime contra a vida, mas contra uma comunidade inteira. Essas empresas usam uma estrutura feita pelo Estado, que não protege a população”.

O delegado do Departamento de Policiamento do Interior, Jocel Dantas, disse que os assassinos de Zé Maria Tomé já foram presos e a investigação sobre os mandantes prossegue em sigilo. Dantas ressaltou ainda que “apesar das várias lutas envolvendo questões de terra no Ceará, nenhum outro crime ligado a esta questão foi registrado do Estado após a morte do ambientalista”.

O promotor Edílson Batista também disse que há poucos casos de violência ligados a disputas de terra no Estado. Ele destacou, porém “que este é um assunto polêmico, pois a questão agrária vem se perpetuando no Brasil e isso vem gerando muitos conflitos”.
A ouvidora do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fabíola Gomes ressaltou que a concentração da posse de terras no Brasil é histórica e a violência gerada por esses conflitos tem aumentado bastante. “A concretização da reforma agrária é fundamental para acabar com essa violência e para o desenvolvimento do País”, pontuou Fabíola.

Também participaram do debate o vereador João Alfredo; a procuradora da República, Nilce Cunha Rodrigues; o coordenador estadual do Movimento dos Sem Terra (MST), Luis Eduardo Sousa; liderança de entidades rurais e representantes do Ibama, da Defensoria Pública do Estado e da Comissão de Justiça e Paz da CNBB



Fonte: ALCE

Nenhum comentário:

Postar um comentário